Entenda as dores na coluna: cervical e lombar
Sabia que mais de 80% das queixas dos Pacientes em contexto clínico osteopático são cervicalgias ou lombalgias!
Será coincidência ou há um padrão nestas queixas?
É importante esclarecer que a coluna vertebral é composta por quatro curvaturas, duas lordoses e duas cifoses. Podemos assumir desde já que ter uma cifose é simplesmente normal visto que é um nome associado a problema de coluna, erradamente. Denominam-se as lordoses por colunas dinâmicas ou de movimento e as cifoses de colunas estáticas ou de proteção.
As lordoses são cervicais de C1 a C7 e lombares de L1 a L5 enquanto as cifoses são dorsais de D1 a D12 e sagradas de S1 a S5.
Os parágrafos anteriores seriam suficientes para esclarecer o porquê das queixas serem mais de 80% nestas duas colunas (cervicais e lombares) mas aprofundemos.
As colunas dinâmicas ou de movimento têm graus de mobilidade muito superiores às estáticas ou de proteção provocando maior desgaste sobre as estruturas osteoarticulares podendo acelerar o processo natural de envelhecimento das articulações ou provocar alterações precoces dos tecidos moles e rígidos. É também nestas zonas da coluna vertebral que temos os plexos braquial e lombar (que são complexas redes de trajetos nervosos) cuja função é captar informação sensitiva e transmitir informação motora aos músculos tanto aos membro superiores como inferiores passando pela zona escapulo torácica e ombro, ou pélvica e glútea. Daí o termo da dor tipo “choque elétrico” quando há pinçamento de uma raiz nervosa ser o mais referido nestes casos.
Estas colunas, no caso da lordose cervical, têm a responsabilidade de suportar o peso da cabeça e transferir o movimento para a cintura escapular, no caso da lordose lombar, suportar o peso de todo o tronco acima e mediar as pressões sofridas pelos membros inferiores e vice versa, trabalhando em conjunto com as articulações sacro ilíacas e coxo-femurais. Uma coluna vertebral saudável deve apresentar um equilíbrio em todas as curvaturas (não haver nenhuma que seja retificada ou mais acentuada).
Existem zonas mais afetadas nestas áreas devido a sua funcionalidade e também ao sobreuso por parte do Paciente, o mais comum é a cervicalgia alta com sintomas para a cabeça (normalmente dor de cabeça em arco de trás para a frente) envolvendo a articulação C0-C1 ou a artrose em C2 na apófise odontoide, que é a vertebra responsável pelos primeiros graus de rotação. Outras patologias comuns são a níveis mais baixos, de C5 (pilar de rotação máximo e vertebra pivot) até C7, aqui podendo haver outras complicações que envolvam o plexo braquial e a compressão nervosa despoletando os sintomas já referidos para o membro superior.
A lordose lombar tem bastante menos mobilidade que a cervical mas suporta muito mais peso, justificando também o facto de as vertebras terem área mais densa. Normalmente os maiores problemas surgem em L4-L5-S1 devido á proximidade com a zona ilíaca e por esse motivo estarem sujeitas a maior movimento e desgaste interarticular mas pode afetar qualquer segmento lombar ou em alguns casos toda a coluna lombar.
É importante entender que existem muitas razões e fatores de risco que aumentam as probabilidades de dores na coluna, muitas vezes nascemos com uma coluna menos favorável (colunas com curvatura reduzidas ou escolioticas) mas o uso negligente da nossa estrutura e o trauma repetido associados à desinformação são ou má informação, a principal causa.
Convém esclarecer que lombalgia ou cervicalgia apenas referem que existe dor nessa zona, como por exemplo omalgia (dor no ombro), gonalgia (dor no joelho) ou talalgia (dor no câlcaneo ou calcanhar).
Procure sempre um profissional capaz, com conhecimento e experiência, faça perguntas, tire dúvidas e só depois avance para algum plano de tratamento que faça sentido a si, o Paciente.
Paciente informado e em concordância com o tratamento é meio caminho para o sucesso!
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